sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Não me diga. Mostre!

Me deliciando com minhas leituras. E o texto que segue tive que transcrevê-lo. Retirado do livro de James C. Hunter, "Como se tornar um líder servidor", o autor faz questionamentos e considerações louváveis sobre características comportamentais. O autor também retrata qualidades como paciência, humildade, gentileza e respeito (conjunto difícil de encontrar costumeiramente por aí).
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Há quase oito séculos, São Francisco de Assis pediu a seus seguidores que "pregassem o Evangelho em todas as ocasiões, mas só usassem palavras quando fosse necessário". Em meus tempos de solteiro, quando circulava com meus amigos por bares e outros lugares que provavelmente não deveríamos frequentar, achava muito estranho quando um deles dizia, às três horas da madrugada: "Acho que eu vou voltar pra casa e ficar com minha esposa. Amo aquela mulher."
Lembro que pensava: "Você a ama e fica bebendo até essa hora da madrugada com a turma?"
Outra coisa que me espantava era quando um amigo dizia que amava os filhos, mas não conseguia encontrar tempo para brincar com eles. Lembro-me de suas preleções sobre a importância da qualidade do tempo em vez da quantidade. Eu especulava: "O amor é o que o amor diz ou o que o amor faz?"
De volta aos anos sombrios de meu trabalho como consultor, quando lutava com sindicatos e trabalhava com empresas problemáticas, eu costumava apostar com meu sócio quanto tempo levaria para o presidente vir com o "discurso do patrimônio":
- Jim, você precisa saber de uma coisa muito importante. Nossos funcionários são o nosso maior patrimônio. Amamos nosso pessoal.
Sempre que ouvia o "discurso do patrimônio", eu sentia vontade de dizer: "Devo confessar que cada vez mais fico mais impressionado com o que as pessoas fazem, e não com o que dizem."
Ralph Waldo Emerson resumiu de forma sucinta essa sensação: "O que você grita é tão alto em meus ouvidos que não posso ouvir o que está dizendo".
Aproveitando que os participantes de meus seminários e workshops vêm dos mais variados segmentos, de operadores de máquinas industriais a estudantes, de trabalhadores braçais a médicos, de escoteiros a diretores das maiores empresas dos EUA, frequentemente peço que relacionem as qualidades de um grande líder. Gosto de conhecer a sabedoria do grupo em relação ao que mais importava quando se assumia a liderança.
A princípio, fiquei surpreso ao descobrir que as listas citam quase sempre as mesmas qualidades: honestidade, respeito, firmeza, justiça, atenção, articulação, dedicação e previsibilidade.
Certa vez, compareci ao casamento de um grande amigo e ouvi o trecho bíblico 1 Conríntios 13, mais como "Passagem do amor", muito usado em casamentos, inclusive o meu próprio. Mas desta vez foi diferente. Talvez o discípulo estivesse finalmente pronto. Eis que o pastor disse: "O amor é paciente, o amor é gentil, não é pomposo ou arrogante (humilde), não age de maneira incoveniente (respeituoso), não procura seu próprio interesse (altruísta), não se regozija na injustiça, mas na verdade (honesto), suporta todas as coisas, nunca falta (dedicado)."
Qualquer pessoa pode se tornar cônjuge, pai, mãe, chefe e treinador, mas quando surge uma crise é que se descobre quem é quem. Para mim, estas qualidades do amor representam a própria essência da liderança. Elas não apenas definem liderança, mas também representam o verdadeiro significado de caráter. Afinal, amar uns aos outros, liderança e caráter são para quem faz a coisa certa.
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Gostei particularmente da leitura. Dos valores. Das colocações. E da aplicação prática. Pela busca e esclarecimento de comportamentos autênticos, sinceros, sem arrogância e despido de qualquer vaidade. Características admiráveis e que nos fixam verdadeiramente a tudo que não é passageiro ou falso de ter ao lado. Aquilo que é pesado e avaliado e que nos afasta do que é dispensável, do que é pouco importante e do que se torna perda desnecessária de energia.

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