sexta-feira, 31 de julho de 2009

Minha única saída é encontrar graça nos passos de dança contínuos, na leveza de uma saia rodopiando, nos pés fazendo malabarismos...
E de sorriso aberto, mesmo não gostando.

Quase (!)

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do
papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
Sarah Westphal

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Shakespeare

Como uma pessoa pode ter sido tão genial assim?!
William Shakespeare (23 de abril de 1564 - 23 de abril de 1616). Dramaturgo e poeta britânico. Considerado poeta nacional inglês e maior dramaturgo da literatura universal.
As suas principais obras: - Os dois cavalheiros de Verona - Hamlet - Romeu e Julieta - Otelo - Timão de Atenas HAMLET (1603)
"[...]Que nojo o mundo, este jardim de ervas daninhas. [...]" - Ato I - Cena II: Príncipe Hamlet
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"Dê a todas pessoas seus ouvidos, mas a poucas a sua voz." - Ato I - Cena III: Polônio
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Ser, ou não ser, eis a questão: será mais nobre Em nosso espírito sofrer pedras e setas Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja, Ou insurgir-nos contra um mar de provocações E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais. Dizer que rematamos com um sono a angústia E as mil pelejas naturais-herança do homem: Morrer para dormir... é uma consumação Que bem merece e desejamos com fervor. Dormir... Talvez sonhar: eis onde surge o obstáculo: Pois quando livres do tumulto da existência, No repouso da morte o sonho que tenhamos Devem fazer-nos hesitar: eis a suspeita Que impõe tão longa vida aos nossos infortúnios. Quem sofreria os relhos e a irrisão do mundo, O agravo do opressor, a afronta do orgulhoso, Toda a lancinação do mal-prezado amor, A insolência oficial, as dilações da lei, Os doestos que dos nulos têm de suportar O mérito paciente, quem o sofreria, Quando alcançasse a mais perfeita quitação Com a ponta de um punhal? Quem levaria fardos, Gemendo e suando sob a vida fatigante, Se o receio de alguma coisa após a morte, –Essa região desconhecida cujas raias Jamais viajante algum atravessou de volta – Não nos pusesse a voar para outros, não sabidos? O pensamento assim nos acovarda, e assim É que se cobre a tez normal da decisão Com o tom pálido e enfermo da melancolia; E desde que nos prendam tais cogitações, Empresas de alto escopo e que bem alto planam Desviam-se de rumo e cessam até mesmo De se chamar ação [...] - Ato III, Cena I: Príncipe Hamlet
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A Comédia dos Erros (1592-1593)
. "A mancha do adultério em mim se alastra. Trago no sangue o crime da luxúria, pois se ambos somos um, e prevaricas, na carne trago todo o teu veneno, por teu contágio me tornando impura". - Ato II - Cena II: Adriana
. "As queixas venenosas de uma esposa ciumenta são de efeito mais nocivo do que dentada de cachorro louco". - Ato V - Cena I: Abadessa
. "Sem ser provada, a paciência dura". - Ato II - Cena I: Adriana
. "As mais belas jóias, sem defeito, com o uso o encanto perdem". - Ato II - Cena I: Adriana
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Outras obras (1605-1610)
. "Tens medo de nos atos (...) mostrar-te igual ao que és nos teus anelos?" - Ato I - Cena VII: Lady Macbeth
. "A cólera também tem privilégios". - Ato II - Cena II: Kent
. "É lícito aspirar ao que não se pode alcançar". - Ato II- Cena I: Primeiro pescador
. "Pobre é o amor que pode ser contado". - Ato I - Cena I: Antônio
. "Entre dois beijos abrimos mão de reinos e províncias". - Ato III - Cena VIII: Escaro
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"Os amigos me adulam e me fazem de asno, mas meus inimigos me dizem abertamente que o sou, de forma que com os inimigos (...) aprendo a me conhecer e com os amigos me sinto prejudicado".
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"Nada me deixa tão feliz quanto ter um coração que não se esquece de seus amigos". Ato II, Cena III: Bolingbroke
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"Chorar velhos amigos que perdemos não é tão proveitoso e saudável como nos alegrarmos pelas novas aquisições de amigos"
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"As águas correm mansamente onde o leito é mais profundo"
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"Devemos aceitar o que é impossível deixar de acontecer"
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"Se os maridos das esposas infiéis desesperassem, enforcar-se-ia a décima parte da humanidade"
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"A adversidade põe à prova os espíritos"
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"O amor não vê com os olhos, vê com a mente; por isso é alado, é cego e tão potente"
"Se não te lembram as menores tolices que o amor te levou a fazer, é que jamais amaste"
. "Podeis crer-me, senhor: caso eu tivesse tanta carga no mar, a maior parte de minhas afeições navegaria com minhas esperanças. A toda hora folhinhas arrancara de erva, para ver de onde sopra o vento; debruçado nos mapas, sempre, procurara portos, embarcadoiros, rotas, sendo certo que me deixara louco tudo quanto me fizesse apreensivo pela sorte do meu carregamento"
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"O amor é cego, e os namorados nunca vêem as tolices que praticam" - Ato II - Cena VI: Jéssica'
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"Os motivos do amor não têm motivo"
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Frases - Escravidão.

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"Escravo é aquele que não pode dizer o que pensa."
- Eurípedes
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"Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece."
- Pablo Neruda
"A propriedade privada introduz a desigualdade entre os homens, a diferença entre o rico e o pobre, o poderoso e o fraco, o senhor e o escravo, até a predominância do mais forte. O homem é corrompido pelo poder e esmagado pela violência."
- Jean-Jacques Rousseau
"Nunca seja um escravo dos padrões que plantaram em você."
- Augusto Cury
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"Não seja escravo do passado - mergulhe em mares grandiosos, vá bem fundo e nade até bem longe; você voltará com respeito por si mesmo, como um novo vigor, com uma experiência a mais, que vai explicar a anterior e superá-la."
- Ralph Waldo Emerson
Nisto (...) é que consiste a monstruosidade do amor: em ser infinita a vontade e limitada a execução; em serem ilimitados os desejos, e o ato, escravo do limite."
- Willian Shakespeare; Tróilo e Cressida (1601-1602) Ato III - Cena II: Tróilo

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Limites.

O ser humano é uma caixa de surpresas... E de enigmas (!).
Muitas vezes agradáveis, outras, a descoberta é de que se pode encontrar com o pior de você mesmo, e se quiser, ser imposto por situações que fogem ao seu controle.
Os limites fazem com que, inconscientemente, nos encontremos com várias surpresas de atitudes. Várias idas e vindas, vários debates internos, batalhas e pensamentos constantes, ou, dependendo da situação, inconstantes demais.
Pode-se suportar situações intoleráveis por muito tempo, e não se dar conta, por que estavam ocupados demais.
Pode-se negligenciar sentimentos obscuros e situações desagradáveis, pelo simples fato de lembranças e momentos importantes estarem presentes.
Pode-se não se dar conta... Que a situação é apenas por acomodação, medo do tudo ou nada, ou até a superficialidade existir nas entrelinhas.
Carência pode ser um fator importante para o aumento dos limites (super) ser humano.
Entre tantas outras determinações importantes, seja qual for o motivo (ou desculpa), que o esteja prendendo... Você se dará conta que chegará um momento no qual tudo se faz necessário acontecer.
(...)
E, em algum momento, o ser humano o alcança. Alcança esse posto louvável, que pode caracterizar o ponto chave para uma vida melhor, para sacudir o que precisa sair do lugar, para a decisão de atitudes importantes para escolhas futuras, ou eminentes.
Não importa em qual situação você chegue, ou queira chegar, ou que se permita viver...
Você vai ter o encontro com seus limites, insuperáveis, que não querem de você mais novas tentativas, e sim... Novas atitudes.
Você vai querer mudanças, novos comportamentos, vai enxergar mais claramente... O medo do sofrimento vai querer ir embora, por se dar conta que estará lidando com sentimentos de maior presença: coragem, ousadia, obstinação.

Quero preto no branco.

Tudo em águas claras e transparentes.
Tudo sincero, verdadeiro, quero preto no branco, e isso, pra mim, é o suficiente.
Quero as pessoas pelo que elas são, não pelo que elas têm.
Quero olhar recíproco de sentir-se bem.
Quero ter a certeza de não-decepção, de poder confiar novamente... Não, ilusão.
Quero fechar os olhos, enxergando tudo preto, e acordar com o branco: lúcido, seguro e confiante.
Não quero vermelho, nem rosa, nem diferenças.
Quero gritar a liberdade de conviver com minhas igualdades, com minha intimidade singular e sem misturas...
Não quero falsidade, não quero conversas paralelas, não quero histórias inventadas. Acho que meu mundo acordou ao avesso e ninguém me avisou antes.
Por que sou a última a saber?
"Nunca vi preto fubá, pois se for fubá não é mais preto, é fubá. Se cai um pingo preto no branco, já não é mais branco. E se pingar um pingo branco no preto, pode? Pode não minha gente, vira cinza, é falso! Preto e branco são autênticos!"
- Hugo Gusmão
"A maneira como você percebe o mundo, as cores do mundo, faz com que você interaja com o todo, consigo e com o que mais aparecer. Basta filtrar a janela da sua alma e do seu coração transparecendo suas cores em verbos e emoções.
Não se prendam ao arco-íris, não sejam os interesseiros atrás do pote de ouro. O ouro está em você, em quem você é, em como você se percebe e se dá. Pois é, tem que se doar, para que se perceba o que se tem"
- Hugo Gusmão

sábado, 11 de julho de 2009

Doces problemas...

O que importa não é o acontece com você, mas como acontece com você. Otimismo sozinho não resolve e pessimismo atrapalha. Ter uma atitude pessimista é "jogar a toalha" antes da hora.
Fazer acontecer não significa que temos de fazer as coisas sozinhos. Trabalho apenas não resulta em sucesso. Mas sucesso só existe onde há trabalho. Viver é aprender, e aprendemos fazendo.
No caminho oposto, não há entusiasmo pela vida. O Brasil é o paraíso das oportunidades. Todo estrangeiro diz isso. É preciso que também vejamos isso.
Impossível é o que ninguém faz, até que alguém, faça. Se tirar os problemas da sua vida, você acaba com ela. Os problemas são nossos melhores amigos. São o caminho para buscarmos a mudança e atingir o êxito. Pense sobre seus problemas, eles podem ser a chave do sucesso!
Este texto, extraído do livro "A arte de saber viver" de Gilclér Regina, na primeira vez que o li, teve um certo impacto sobre a compreensão de sua mensagem principal. Como enxergar os problemas de uma forma tão otimista assim? Na prática é diferente: ao encarmos alguma dificuldade, o pessimismo e a culpa para si próprio é inevitável. Em alguns casos, os problemas são tão constantes e frequentes, sem solução, que o sentimento de derrota, depressão, inferioridade, batem à porta mesmo nós nos esforçando ao máximo em não querê-los, mesmo não resolvendo nada. O ser humano é assim, com suas fraquezas, e em muitas vezes, não está pronto para superar e encarar os obstáculos que surgem.
Como flexionar a mente para encarar estes pensamentos tão frequentes, que insistem em povoar a mente? A resposta está nas entrelinhas do texto acima, que agora enxergo mais claramente.
O pessimismo só atrapalha, de fato. Podemos trabalhar incansavelmente a vida toda, e não obtermos sucesso. Porém, de acordo como as coisas acontecem conosco, e da forma que encaramos nossos desafios, internos e externamente, o sucesso só é alcançado com o trabalho, incansável, superável. Trabalho de correr atrás quando há o desemprego. Trabalho de querer uma promoção quando já está empregado, e é de merecimento o reconhecimento. Trabalho este que consiste na superação, sempre, mentalmente, fisicamente, em superar-se. Difícil? "Viver é aprender, e aprendemos fazendo"...
A reflexão inicial sempre é a chave para decidirmos onde queremos chegar - sempre!
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sexta-feira, 10 de julho de 2009

JULHO!

Julho é mês de férias. Julho é mês de havaianas. Julho é mês de pipoca. Vídos. Visitas. Viagens curtas Longas... Me faz um favor? Traz logo julho pra mim, que por aqui ainda é maio. (Estevão Bertoni)
"Que bobos! Eles pensam que eu escrevo com as mãos."
(Antonio Maria, ao ser preso pela repressão e ter as mãos pisoteadas)
(...)
Ele escreve com tudo que existe e que salta de seu meu peito. Escreve com o pulso das idéias em sua mente... E isso, pode gritar se quiser!

Ainda é cedo, amor...

... Continuei a menina rebelde de papai. A mimada da mamãe, dos avós, das tias. Não vou me casar com o melhor partido da cidade, e dei adeus definitivamente à casa grande do interior. Despedi-me de todos, e também dos pés de jabuticabas. Cheguei à cidade grande... Fiz muitas coisas até chegar aqui. E isto é o que eu chamo de "aqui". Com desejos, fúrias, aprendizagens, idas, vindas, corridas, dúvidas, músicas, letras, livros, médicos, trabalhos, erros, acertos, brigas, reconciliações, e mais, e mais... mais! Tá... Um pouco de tudo: correr riscos, ter cautela, sono, dia-a-dia. Tudo com um pouco de autocrítica, sarcasmo apimentados, delizes doces e música. E tudo isso, claro, somado à anarquia e à deliciosa internet (com seus impactos). E, e repente, não mais que de repente, Cartola sussura aos meus ouvidos: "Ainda é cedo amor, mal começastes a conhecer a vida"... E reconheci a menina que ainda grita, em mim. ... Um pouco de tudo isso, me cala, ou dança em mim. (Texto adaptado de Luciana Bortoletto e Raquel Lemos)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

À flor da pele, com meu vapor barato.

A interpretação de letras musicais (que dizem muito, e que muitas vezes não dizem nada)... Está se tornando frequente, e uma mania deliciosa de se ter, uma vez que a música está mais presente, e a escrita se faz necessária. Artes juntas, e resultado bom de se ter...

Oh, sim, eu estou tão cansada... Mas não pra dizer, que eu não acredito mais em você... Eu, com minhas calças vermelhas e meu casaco de general... Cheia de anéis! Vou descendo por todas as ruas, e vou tomar aquele velho navio... Eu não preciso de muito dinheiro: Graças a Deus! E não me importa, não me importa mesmo.

Sim, eu estou tão cansada... Mas não pra dizer, que eu tô indo embora! Talvez eu volte (um dia eu volto)... Mas eu quero esquecê-la, eu preciso! Oh, minha grande... Ah, minha pequena... Minha grande obsessão!

(...)

E, com isso... Ando tão à flor da pele, que qualquer beijo de novela me faz chorar, que teu olhar flor na janela me faz morrer! Meu desejo se confunde com a vontade de não ser... A minha pele tem o fogo do juízo final.

Sou, no momento: Um barco sem porto, sem rumo, sem vela, cavalo sem sela... Um bicho solto, um cão sem dono, uma menina, uma bandida...

Às vezes me preservo, e noutras suicido!

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(Adaptação da música: Vapor barato / Flor da Pele, cantadas por Zeca Baleiro e Gal Costa).

Linda música, letra forte, arte presente e realidade pulsante. Descreve com beleza qualquer momento que represente confusão, dúvidas, tristezas, incertezas, dualidades e exaustão! E ainda possui em sua essência sentimento. Sentimentos de seres normais, com altos e baixos e frequencias.