sexta-feira, 10 de julho de 2009
Ainda é cedo, amor...
...
Continuei a menina rebelde de papai.
A mimada da mamãe, dos avós, das tias.
Não vou me casar com o melhor partido da cidade, e dei adeus definitivamente à casa grande do interior. Despedi-me de todos, e também dos pés de jabuticabas.
Cheguei à cidade grande... Fiz muitas coisas até chegar aqui.
E isto é o que eu chamo de "aqui".
Com desejos, fúrias, aprendizagens, idas, vindas, corridas, dúvidas, músicas, letras, livros, médicos, trabalhos, erros, acertos, brigas, reconciliações, e mais, e mais... mais!
Tá... Um pouco de tudo: correr riscos, ter cautela, sono, dia-a-dia. Tudo com um pouco de autocrítica, sarcasmo apimentados, delizes doces e música.
E tudo isso, claro, somado à anarquia e à deliciosa internet (com seus impactos).
E, e repente, não mais que de repente, Cartola sussura aos meus ouvidos:
"Ainda é cedo amor, mal começastes a conhecer a vida"...
E reconheci a menina que ainda grita, em mim.
...
Um pouco de tudo isso, me cala, ou dança em mim.
(Texto adaptado de Luciana Bortoletto e Raquel Lemos)
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