segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sobre o caminho... (Paulo Coelho

Às vezes entramos num caminho apenas porque não acreditamos nele. Então, é fácil: tudo o que temos de fazer é provar que ele não é o nosso caminho. Entretanto, quando as coisas começam a acontecer e o caminho se revela para nós, temos medo de seguir adiante. O mestre disse que não entendia por que muitos preferem passar a vida inteira destruindo os caminhos que não desejam percorrer, ao invés de andar pelo único que as conduziria a algum lugar. Quando começamos o caminho, sempre temos uma idéia mais ou menos definida do que pretendemos encontrar. As mulheres geralmente buscam a Outra Parte, os homens procuram o Poder. Tanto uns como outros não querem aprender: querem chegar até aquilo que estabeleceram como meta. Mas o caminho da magia – como, em geral, o caminho da vida – é e sempre será o caminho do Mistério. Aprender uma coisa significa entrar em contato com um mundo do qual não se tem a menor idéia. É preciso ser humilde para aprender.
...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

L'amour - Carla Bruni (tradução)

L'amour, hum hum, pas pour moi, Tous ces "toujours", C'est pas net, ça joue des tours, Ca s'approche sans se montrer, Comme un traître de velours, Ca me blesse, ou me lasse, selon les jours L'amour, hum hum, ça ne vaut rien, Ça m'inquiète de tout, Et ça se déguise en doux, Quand ça gronde, quand ça me mord, Alors oui, c'est pire que tout, Car j'en veux, hum hum, plus encore, Pourquoi faire ce tas de plaisirs, de frissons, de caresses, de pauvres promesses? A quoi bon se laisser reprendre Le coeur en chamade, Ne rien y comprendre, C'est une embuscade, L'amour ça ne va pas, C'est pas du Yves Saint Laurent, Ca ne tombe pas parfaitement, Si je ne trouve pas mon style ce n'est pas faute d'essayer, Et l'amour j'laisse tomber ! A quoi bon ce tas de plaisirs, de frissons, de caresses, de pauvres promesses ? Pourquoi faire se laisser reprendre, Le coeur en chamade, Ne rien y comprendre, C'est une embuscade, L'amour, hum hum, j'en veux pas J'préfère de temps en temps Je préfère le goût du vent Le goût étrange et doux de la peau de mes amants, Mais l'amour, hum hum, pas vraiment ! (O amor, hum hum, não foi feito para mim) Todos esses? Para sempre? Não são claros, são instáveis. Chegam sem se mostrar Como um traidor disfarçado Machuca-me ou cansa-me, dependendo do dia. O amor, hum hum, não tem nenhum valor Não me inquieta E disfarça-se de suave/meigo... E quando explode, quando me morde Aí sim, é pior que tudo, Porque eu quero, hum hum, cada vez mais. Por que esses tantos prazeres, arrepios, E todas essas carícias e pobres promessas? Do que adianta se deixar envolver O coração em chamas, e não entender sobre isso, É tudo uma emboscada O amor não é para mim Não é um Saint Laurent? (griffe de moda) Não me cai perfeitamente Se eu não encontro o meu estilo não é por não ter tentado E do amor eu desisto! Por que esses tantos prazeres, arrepios, e todas essas carícias e pobres promessas? Do que adianta se deixar envolver O coração em chamas, Não entender sobre isso, É tudo uma emboscada Eu não quero o amor, Prefiro de tempos em tempos Eu prefiro o gosto do vento O gosto estranho e suave da pele dos meus amantes. Mas o amor, hum hum, de jeito nenhum!

Encerrando ciclos.

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos.
Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão
.
Fernando Pessoa