quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Texto por Pedro Bial

Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta. E solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado.
Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é.
Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: ninguém é o mesmo para sempre, mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido.
A estrada é longa e o tempo é curto.
Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações. Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua... Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida". Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura.
No amor, a mesma coisa: Namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do Casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades. As duas opções têm seus prós e contras: Viver sem laços e viver com laços...
Escolha: Beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, Mas há um preço a pagar por elas.
A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz:
"Nós somos a soma das nossas decisões".
Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: A gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.
O autoconhecimento, aqui, é a discussão de até onde você conhece de si mesmo, e de até onde pode chegar. Se você conhece seus limites, conhece o momento certo de dar um passo à frente, dar passos para atrás... Ou até mesmo dar a volta e tentar novamente, as escolhas ficam mais firmes, e o resultado pode não assustar tanto. A mudança é inevitável conforme o passar dos anos: você conhece pessoas novas, conhece culturas diferentes, vê situações de variados ângulos, e aprende que diante uma situação existem outras versões para serem contadas (e avaliadas). Diante dessa massa frenética de informações, só passa estaticamente quem quer.
É preciso também identificar os momentos que são dados. As pessoas caem no costume de querer sempre aquilo que no momento está faltando... Se estiver solteiro, não vêem a hora de acontecer uma mágica natural que a torne especial e a faça encontrar o amor da sua vida. Se já estão com alguém, vivem em eterna nostalgia de como era gostoso a “liberdade” natural com que as coisas aconteciam. A opção de viver com laços, não descarta a possibilidade de viver bons momentos, e a opção de viver sem eles, também não torna o momento desagradável.
A essência da mensagem acima reflete uma realidade pulsante de tomada de atitudes: quem faz o dia de amanhã ser feliz ou triste, é como você age diante as situações que surgem. Ninguém (obviamente) é feliz o tempo todo, nem sorridente o dia inteiro. Mas as pequenas atitudes facilitadoras estão presentes, e são para serem usadas: otimismo, sensatez, bom humor, boa vontade, paciência. São algumas (!) No dia-a-dia, existe até a diferença de um “Bom-dia!” acompanhado de sorriso, ou um “Bom Dia” por obrigação.
Que vocês sejam felizes com as pessoas que estão se transformando constantemente.
Amanda Negreiro

domingo, 27 de setembro de 2009

A atitude de um sábio

O abade Abraão soube que perto do mosteiro de Sceta havia um ermitão com fama de sábio. Foi procurá-lo e perguntou:
– Se hoje você encontrasse uma bela mulher em sua cama, conseguiria pensar que não era uma mulher? – Não - respondeu o sábio -, mas conseguiria me controlar. O abade continuou:
– E se visse moedas de ouro no deserto, conseguiria ver este ouro como se fossem pedras? – Não - disse o sábio - mas, conseguiria me controlar para não pegá-lo. Insistiu o abade Abraão:
– E se você fosse procurado por dois irmãos, um que o odeia, e outro que o ama, conseguiria achar que os dois são iguais? Disse o sábio:
– Mesmo sofrendo por dentro, eu trataria o que me ama da mesma maneira que o que me odeia.
– Vou lhes explicar o que é um sábio - disse o abade aos seus noviços, quando voltou.
É aquele que, em vez de matar suas paixões, consegue controlá-las.
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Paulo Coelho

sábado, 26 de setembro de 2009

Recordações.

"Aderir à lógica do amor gratuito é fazer da vida um dom permanente"
Márcia Negreiro
Abri hoje uma agenda antiga, de mais ou menos 5 anos atrás, e imagine você... Recordações e uma turbulência de lembranças boas sairam de dentro dela. Que sensação gostosa!
Frases adolescentes, anotações de aulas importantes, lembretes de reuniões escolares, responsabilidades gritantes da época: conselhos de classe como representante de turma, ensaios do grupo de dança, ensaios para o teatro da escola. Desabafos como: “odeio educação física, essa matéria deveria ser extinta!”... Ou “por que em pleno colegial as irmãs ainda nos mandam ensaiar cantos para missas?”... As freiras tinham essa rotina, alunos como eu não entendiam... E hoje sou imensamente grata a todo aprendizado e aos bons momentos que elas não nos fizeram perder. Momentos de confraternização, encontros (com amigos e com Deus), preservação de momentos que ficarão para toda a vida. Qualidade de viver bem.
"Rir: transforma o sentimento, eleva o espírito, aproxima interesses, torna o ambiente cordeal, espanta o mal humor...
É universal, e não tem hora"
Márcia Negreiro (tia linda)

Escreva pra alguém hoje.

Como escrever um texto bonito para alguém? Como organizar as palavras de forma que aquilo que seja dito seja interpretado da forma como queremos? Como agradar com as palavras? Qual a hora certa para dizê-las - ou melhor... Escrevê-las?
(...)
Independente de como você o fizer, de qual ordem escolher, se terá frases famosas, pensamentos brilhantes, conclusões inteligentes... O que importa não são as palavras bonitas, e sim se elas possuem sentimentos verdadeiros expressos nitidamente, pulsando sinceridade.
"Ah, tão fácil assim!?"
Ler isso de alguém que costuma escrever com uma certa freqüência pode parecer absurdo, ou até uma tentativa frustrada de tentar ajudar a escrever algumas linhas que façam algum sentido... Mas a verdade é que, se o que estiver sendo dito – escrito – conter sinceridade, a brincadeira com as palavras fica interessante. Elas fluem, saem. É só não ter medo de fazer a junção delas! Vamos lá! Coloque num papel, ou em qualquer outro meio de comunicação [seja mensagem de texto, recados em sites de relacionamentos, emails, e outros], relatando o que você sente. Se declare... Nem que seja em rascunho pra passar a limpo depois... Você vai ver que é fácil... E que brincar de escrever pode ser mais fácil.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Palavras minhas.

Me refugio no livros: eles não me traem. Um dia meu olho vira letra. Escuto a torneira pingando, pego o som e descrevo a água. Um copo de palavras me sustenta. Haydee S. Hostin Lima

Estou passando pela fase de que as palavras se cumprimentam na minha mente, conversam, mas estão todas misturadas, não fizeram fila ainda para sairem. Ou então não se deram conta que estou precisando delas para organizar meus pensamentos.

Estão sem ordem, sem fluxo.

O copo de palavras que me sustenta, se depender dele, vou desmoronar de sede.
Que marasmo, meu Deus!

Aprendendo...

Estou começando a aceitar que adultos são esquisitos, e que crianças são engraçadas.
Que por mais gentis que sejam as pessoas na casa delas, não significa que elas queiram que você more lá.
Que bar de rodoviária não é o melhor lugar para se fazer amigos, mas que coisas estranhas rolam.
Que irmão menor é mimado e que irmão mais velho é mandão, não importa como tenham sido criados.
Que, vez ouu outra, açguém vai puxar seu tapete, então é melhor aprender a cair. E levantar.
E, finalmente, que existem duas categorias de pessoas no mundo: as que choram e as que vendem lenços.
Lou Bertoni

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Dirigir, dirigir pra onde?
Se nunca tive direção?
Se, a cada pulo do bonde,
caio numa nova estação?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

É na ausência Que sinto meu amor Mais forte Mas acre Mais arisco Mais ácido Dói na alma Medo do fim Medo do só Então me lembro Do que alguém mais Lispector que eu Um dia perguntou: "- Será amor então Entregar a própria solidão A outra pessoa?" Leila Saads .

Meus planos de vôo.

Diante a situação da constante de ser inconstante... Da teimosia em arrumar malas cinco minutos antes da partida, da oscilação entre bolsas recheadas de inutilidades e o caminhar ao vento, sem lenço, ou documento... Desse nomadismo entre o cá e o lá, sem chão que defina direito a rotina imposta... Entre a condução - sempre - pelas veredas entre o oito e o oitenta, sem nunca optar pelo bom senso. E ainda, pela alternativa correta não assinalada, numa organização (de)ficiente das estantes, e o vestido bonito para o encontro de era-uma-vez sempre errado: Vou cuidar da minha vida, que anda meio corrida demais. Por sinal, cuidar só dela (minha vida), já me dá um trabalho imenso. Já tentei cuidar da dos outros, fossem estranhos, colegas ou amigos, e me frustei muito. Nem sempre que queremos para os outros, são o que eles querem para si mesmos. Quem sou eu para impor padrões, limites, dor ou sufoco? - o máximo que posso fazer é emitir opiniões... triste limite para quem quer mudar o mundo - Bem: Eu vou amar mais minhas crianças, por que elas estão crescendo e talvez nem as conheça depois - elas (as crianças) têm o hábito de virar estranhos, da noite para o dia. Vou ouvir mais Chico, minha marrom, Lenine, Caetano, Gal e Cássia - a Eller... Numa tentativa ensandecida de limpar meus ouvidos. Vou também ouvir mais histórias dos meus pacientes idosos (e dos outros tantos velhinhos), para aprender com eles. Já repararam que a necessidade de partilhar histórias, contos, vivências, é enorme neles? Que enquanto eles falam o pensamento voam longe? Eles, nesta limitada demonstração de expressão, numa mensagem subliminar de desespero dizem:
"Me escute, venha cá, por favor, tenho tanto pra passar pra você!"
(...)
Com isso:
Vou tentar aprender a viver sem tédio ou dor.
Vou procurar alguns amigos, declarar amor eterno às coisas (e pessoas) que mais gosto, fazer comida inventada e preparar minha cabeça para o futuro, que já chegou.
Vou estudar mais, encontrar nos livros a sabedoria que eu preciso e reforçar o que já aprendi com eles... Uma conversa a mais numa é dispensável.
Vou gritar ao mundo que estou viva e que preciso do oxigêncio que Deus me dá todos os dias para superar incansavelmente meus limites.
Fazendo isso, todos os outros passos e escolhas importantes para a minha vida virão como consequência... E se Deus permitir, todos com saldos positivos.
Ah.... E se o saldo não for bom?... Limites me restarão para superá-los SEMPRE.
:)
Amanda Negreiro.