Essa semana uma campanha nova surgiu na rede social do facebook: trocar a foto do perfil por um desenho animado ou personagem de gibi que marcou sua infância até dia 12/10 (dia das crianças) como uma forma de manifesto contra a violência infantil.
Num primeiro momento, me perguntei como (de fato) isso proporcionaria o objetivo contido no manifesto. Trocar simplesmente a foto do facebook mecanicamente, sem associar à mudança de atitudes, políticas sociais, educação, críticas ao governo e outras tantas colocações está longe de fazer cócegas no cenário atual.
Mas parei um pouco. Me permiti voltar aos desenhos que realmente marcaram minha infância... [E como foi BOM relembrá-los!] E (re)lembrar detalhes: as músicas dos filmes da Disney, as falas já decoradas depois de tanto assistir, das fitas jogadas, espalhadas pelo quarto. Do quanto se pedia pra ser colocada novamente e assistir a toda a história sem cansar. Ou do desenho, que passava sempre na mesma hora, com continuação do final não obtido no dia anterior. Do não compromisso. Da ansiedade boa de se ter. Da boa infância aproveitada.
... Como foi BOM sentir a cada mudança de foto dos amigos identificação. Ter minhas lembranças, associadas a outras tantas e também me enxergar na foto de outras pessoas. Ter permitido que a nostalgia entrasse e sentasse na minha sala. Ter tido curiosidade para saber aqueles os quais não conheci de imediato, mas que marcaram outras épocas.
Reafirmei a infância boa que tive a sorte de ter. Sem violências.
Não sou mãe (digo isso por que mães e pais que acompanham os desenhos que seus filhos assistem devem ser mais atualizados que eu) - mas tenho crianças que amo e que convivem comigo. Percebi que não tenho domínio da qualidade sobre o que elas assistem hoje em dia. Percebi o quanto tenho recordações de várias épocas, dos detalhes, e como eles são importantes para mim hoje. Reafirmei o quanto se deve ter cuidado ao abordar uma criança e lidar com seus inocentes (e tão frágeis) sentimentos. De suas necessidades imediatas (que a correria por muitas vezes nos atravessa), e que são tão importantes.
Já é um desejo meu que estas minhas crianças (e todas as outras) tenham um bom acesso à educação, a um crescimento digno, saudável, e sem violência. Entendo que algumas pessoas não enxerguem resultado imediato (também não o vi no início), mas digo que tive depois deste manifesto (e ainda continuo tendo a cada visualização de um desenho novo) bons resultados.
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