O aroma é mais uma das perfeições que a natureza nos deu e do qual o homem soube divinamente aproveitar com a criação dos perfumes. Embora não nos damos da importância do sentido do olfato em comparação aos outros sentidos, ele está intimamente ligado às nossas experiências emocionais. É mágico como uma substância etérea é captada pelo nosso cérebro ativando as mais diferentes memórias e reações emocionais.
Como a maioria das pessoas, sou louca por perfumes. Vários me trazem lembranças e me levam ao melhor delas. E por que não nos remetermos à história? A arte da elaboração do perfume nasceu no Egito, em cerca de 3000 aC, que utilizavam nas suas orações uma fumaça aromática que acreditavam chegar mais rápido aos deuses. Por volta de 2000 a.C., os primeiros clientes foram os faraós e os membros importantes da corte; logo, o uso do perfume se difundiu; trazendo um agradável toque de frescor ao clima quente e árido do Egito. Por volta de 1500 aC, com a rainha egípcia Hatsheput, surgiram vários rituais de beleza, como a utilização de cones perfumados na cabeça, que derretiam ao sol forte e desta forma protegiam e hidratavam a pele.
A egípcia Cleópatra marca o uso dos aromas como artifício de sedução. Untava o corpo com essências aromáticas, criando em torno de si uma aura mágica. Recebia Marco Antônio, seu grande amor, em uma cama coberta de pétalas de rosa.
A difusão do perfume por toda a França ocorreu através do rei Luís XV e sua amante Madame de Pompadour. Isto porquê ela, fiel ao estilo rococó, ditava a moda, a beleza e a arte da época. Gastava horas no banho com sabonetes de lavanda e ervas, incrementava seu penteado com pomadas de rosas, suas luvas eram perfumadas com violeta e neroli.
Na época da belle époque os perfumes e artigos de toilette ganharam nova expansão. Mulheres elegantes lotavam os cafés parisienses exalando fragrâncias variadas. No século XX, a perfumaria francesa já estava definitivamente ligada à moda.
Em 1920, floresce a carreira da estilista Coco Chanel, promovendo uma revolução ao lançar o imortal Chanel no. 5. Em 1940, surgem novas tendências olfativas, que insinuavam a sensualidade e o luxo, e teve sua consagração com o clássico Miss Dior, de Christian Dior. Em 1950, sob o ritmo do rock n´roll, surge o primeiro perfume americano, Youth Dew de Estée Lauder. Em 1970, jovens estilistas como Kenzo, Mugler, Calvin Klein e Donna Karan optam pela simplicidade dos florais. Em 1980, com a demanda de fragrâncias densas, surgem Poison, LouLou, Paloma Picasso e Samsara. Nos anos 90 a globalização permitiu que os perfumes fossem apreciados por diferentes pessoas e não somente as elites. O ícone da década foi Angel, de Thierry Mugler.
A criação de um perfume pode ser considerada uma arte. O nosso olfato é capaz de reconhecer 3000 cheiros. Como será então identificar cada um deles e fazer uma mistura quase ilimitada dos mesmos, perfeita e inesquecível? Esta arte pode ser comparada à composição de uma música, inclusive na linguagem utilizada pela parfumaria.
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