sábado, 7 de maio de 2011

O encantador de serpentes.

Historicamente, encantadores de serpentes utilizam um instrumento musical, geralmente de sopro, como a flauta, por exemplo. A prática é utilizada por artistas de rua, sendo mais comuns na Índia, apesar de noutros países também existirem. São considerados mágicos. Utilizadores da música para hipnotizar, dos movimentos para atiçar a curiosidade, e da esperteza para não ser desviada a atenção. 
Mas vamos às curiosidades: todas as cobras, inclusive a naja, usada nas apresentações de encantadores, são praticamente surdas. Quando o encantador abre o cesto onde a serpente está, ela levanta-se porque costuma ficar com parte do corpo na posição ereta. O que desperta a curiosidade do animal é o movimento que o encantador faz com a flauta. Ainda, alguns encantadores passam xixi de rato na ponta da flauta, o que atiça o faro da naja e ajuda a manter a sua atenção.
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Já conheci encantadores, e os que eu conheci também utilizam instrumentos. Na maioria das vezes, palavras, acompanhadas de sopros, histórias, promessas. Utilizam a dança, a música, a esperteza. Atiçam a curiosidade com os movimentos, com o caminhar das ações, com os gestos. Com a capacidade de fazer qualquer dia útil surpreendente. E nestes exemplos, a maioria também mantém a passagem do perfume, motivo esse que como vocês viram acima, atiçam o faro e ajudam a manter a atenção - eles sabem disso.
Também conheci serpentes. Algumas surdas, outras excelentes ouvintes, outras espertas, outras curiosas, outras ingênuas demais.
Quem nunca se deparou com algum mágico, esperto e experiente encantador de serpentes? Aqueles que deixam saudades são os piores.

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