A doença de Alzheimer acomete pelo menos um milhão e duzentos mil pacientes no Brasil, preferencialmente as pessoas idosas. É uma doença progressiva, de causa e tratamentos ainda desconhecidos, mas de acordo com novas (e potencialmente revolucionárias) pesquisas ela pode ter origem no fígado.
Os sintomas dessa doença – problemas com memória, raciocínio e comportamento – são geralmente associados à formação de placas no cérebro que causam a morte das células cerebrais. Os resultados de uma nova pesquisa apontam o fígado como sendo a fonte causadora dessas placas, e não o cérebro, o que levaria a novas estratégias de prevenção e terapia.
O estudo feito pelo Scripps Research Institute utilizou camundongos para identificar os genes que influenciam a quantidade de beta-amilóide – a proteína que se deposita no cérebro formando tais placas – que acumula no cérebro. Os resultados sugeriam que concentrações significativas de beta-amilóide poderiam originar do fígado, circular no fluxo sanguíneo e entrar no cérebro. Se isso fosse verdade, bloquear a produção de beta-amilóide no fígado deveria proteger o cérebro.
Para testar essa hipótese, a equipe de cientistas montou um experimento com camundongos que recebiam uma medicação que reduz drasticamente a produção de beta-amilóide e tem fraca penetração na barreira sangue-cérebro tanto em camundongos quanto em humanos. A característica dessa medicação de não passar para o cérebro era justamente o que os cientistas precisavam para analisar a produção de beta-amilóide fora do cérebro e como essa produção poderia contribuir para o acúmulo de beta-amilóide no cérebro.
Os camundongos receberam medicação durante sete dias, depois amostras de plasma e tecido cerebral foram coletadas, e os níveis de beta-amilóide foram avaliados. A descoberta: a medicação reduziu dramaticamente o nível de beta-amilóide não apenas no sangue como também no cérebro, onde a medicação não penetrava. Portanto, uma quantidade significativa da amilóide cerebral deve se originar fora do cérebro e essa medicação representa uma candidata para a prevenção e tratamento da doença de Alzheimer.
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Fonte: Cérebro Melhor.
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