segunda-feira, 16 de março de 2009

Surubim!

Mas quem diria que iria vir parar aqui, exatamente onde estou agora? Lembrando da casa acolhedora, do quarto enorme quente e escuro, onde a janela era do lado da cama com vista para o quintal, onde a cozinha era uma imensidão, arejada e acolhedora, sem dúvida o melhor lugar da casa... Onde o terraço era uma mistura de bons momentos junto à presença de amigos, vizinhos, crianças... Onde a vizinhança era agradável, onde eu me sentia segura... Minha casa, meu lugar... Marcado por tantas pessoas, primeiro namorado, segunda sala com cara de filmes à tarde, amigos, primeiro beijo, primeira dança, aniversários, festas, datas especiais, últimas lembranças dos encontros com meu pai e encontros com a melhor essência de mim mesma. Lá era imensamente feliz. É sempre a lembrança mais doce, o encontro mais agradável com minhas recordações. É sempre meu urso-macaco gigante à minha espera, é sempre o cheiro agradável de limpeza sempre constante. São sempre os melhores almoços, as melhores festas de natal. Onde a harmonia reinava e ninguém sabia o que era depressão. Foram os melhores anos de uma Amanda que não volta mais. Da inocência consentida e da preocupação inexistente. Das dores guardadas, das idas e vindas ao colégio. Do grupo de dança... Do teatro. Preocupação? Decorar passos e versos. Fazer boas redações, estudar com amigos, reuniões à tarde. Preocupação ainda do que fazer no final de semana e para qual casa ir bater um papo de quem não quer nada com nada. São as lembranças que faço questão de ter, as pessoas que faço de primordial importância que não sejam esquecidas.
Foram momentos raros, vividos unicamente para fazer de mim a pessoa que sou hoje. E sou imensamente grata pela oportunidade de conviver com tudo que faz parte dela.

Um comentário:

  1. É exatamente isso que sinto ...
    Tão sincero, quanto necessário!
    Saudade gostosa.

    ResponderExcluir

Obrigada pelo seu comentário. Será sempre bem-vindo (a)!