Inevitavelmente, em algum momento dessa vida incerta e intempestiva, nós nos perdemos. Sim, nos perdemos da gente. E talvez, essa seja a dor mais pungente: Quando a gente não tem a gente. Quando a gente se procura e não se encontra em lugar algum de nós mesmos.
Eu até pensei em guardar meu coração dentro de uma caixa para protegê-lo do mundo. Para protegê-lo de mim, quando movida pela coragem de SER eu mesma, o deixo disponível e vulnerável a qualquer sorriso. Mas sabe de uma coisa? Só se entrega ao outro quem ainda carrega dentro do peito uma fé irredutível nas pessoas. Talvez a vida nem seja assim tão justa; ou tão encantadora… Talvez a vida até nos molde, quando abala as nossas estruturas emocionais. Quando dobra as nossas pernas ou retém as nossas asas, quando o que mais queremos é voar. Mas uma coisa eu tenho certeza: Nada fica no mesmo lugar. O mundo gira, o tempo passa e as coisas se transformam. E as pessoas também. Isso é esperança.
E aprendi com o incerto, que a coragem de quem ama está justamente nessa possibilidade de driblar o medo até chegar do outro lado da alma de alguém, só para conseguir tocá-la. É aí que a gente segue na direção do novo e recomeça. E aproveita essa esperança bonita para ser feliz.
"Buscadora de si, pisou na areia com pés firmes, abrindo mão dos falsos atalhos que escolhera. Navegou por toda sua vida de antes, com velas içadas a ser levada pelo sopro de outras vozes, ideias tantas e conselhos muitos. E assim, chegando onde não queria, alcançou lugar nenhum.”
Guilherme Antunes
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