sexta-feira, 28 de maio de 2010

Sub (consciência)

"Não se detenhas a cobranças sem sentido, a atos cometidos não concordados, a conselhos não escutados e principalmente ao afastamento ocasionado. De verdade, preocupe-se com seu crescimento espiritual, profissional e racionalização de pecados. Verdadeiros companheiros de jornada compartilham caminhos juntos, idéias parecidas, amizade e admiração à distância. Calcule aonde você quer chegar pra se fazer presente. Novamente, você precisa começar a modificação e o entendimento por você."
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Mensagem encontrada nos meus arquivos antigos (mais precisamente novembro de 2007), enviada em alguma situação que não me recordo no momento... Por alguém que me quer muito bem. Hoje reli e me fez muito bem. - Obrigada, Pai!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Idéias repetidas.

Tá, tudo bem, eu confesso: não quero confessar. Não quero sentir, não quero estar tão ligada assim nesse ponto, nem em ponto algum. Colocar pra fora se faz necessário, grita em mim. As idéias estão repetidas, a carência ta tomando conta. Minha memória não tem me ajudado, meus sentidos estão mais aguçados. Estão com saudades, lutando, (re)lembrando... fugindo! Tenho treinado bastante pra deletar tudo que não importa, esquecer o que não interessa, em todos os aspectos - (quem sabe essa tentativa insana de escrever aqui me ajude... -vai saber!)... Mas os cheiros me incomodam. Os lugares me trazem lembranças. Sinto falta do abraço, do espaço, do porto seguro, do entendimento. Do olhar, das ligações frequentes, de fazer planos, de rir junto (incansavelmente)... Saudade (de ter saudade). Os lírios retornam às minhas lembranças, as flores (sempre brancas) estão guardadas. Os cartões são encontrados em cada arrumação e a cada abertura de um livro. Saudade da cumplicidade, da intimidade, da simplicidade de estar junto... Daquela oração feita bem baixinho, comigo, antes de dormir. Do sorvete, dos mimos, das comidas. Sinto falta, sim - me conservo ainda no direito de sofrer por isso... por que ta sendo bem difícil também (!)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Details.

Tudo parece ter amenizado hoje. Ao menos uma definição foi estabelecida. Os laços foram desamarrados, os ânimos acalmados, as pendências resolvidas - sentimentos mais calmos. Bons presságios. Deus permita que o futuro não me assuste! Som bom de ouvir abaixo... (e a letra então!)
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Details In The Fabric - Jason Mraz
Calm down... Deep breaths! And get yourself dressed instead, Of running around And pulling all your threads saying Breaking yourself up... If it's a broken part, replace it If it's a broken arm then brace it If it's a broken heart then face it And hold your own Know your name And go your own way And everything will be fine Everything will be fine (!) Hang on Help is on the way Stay strong I'm doing everything (!) (...) Are the details in the fabric Are the things that make you panic Are your thoughts results of static cling? Are the things that make you blow Hell, no reason, go on and scream If you're shocked it's just the fault Of faulty manufacturing. Yeah everything will be fine Everything in no time at all (!) Everything Hold your own And know your name And go your own way Are the details in the fabric (Hold your own, know your name) Are the things that make you panic Are your thoughts results of static cling? (Go your own way) Are the details in the fabric (Hold your own, know your name) Are the things that make you panic (Go your own way) Is it Mother Nature's sewing machine? Are the things that make you blow (Hold your own, know your name) Hell no reason go on and scream If you're shocked it's just the fault (Go your own way) Of faulty manufacturing Everything will be fine Everything in no time at all Hearts will hold...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Fazendo escolhas - Paulo Coelho

“Uma vez que escolhemos um caminho, precisamos esquecer todos os outros”, dizia o mestre aos seus aprendizes. Lowon, o discípulo que não sabe aprender, escuta com atenção. Na saída da conferência, Lowon é convidado por um grupo de pessoas para realizar uma palestra num bar. “Recuso qualquer pagamento”, diz Lowon. “Fiz minha escolha, sou um servidor, quero divulgar a palavra da Fé”. O grupo fica contente, e Lowon dá a palestra. No final, pergunta: “apenas por curiosidade, eu gostaria de saber: quanto dinheiro eu recusei?” Ao saber do excelente pagamento que lhe seria feito, Lowon sente-se explorado pelo grupo que o convidou, e vai queixar-se com o mestre. “Quando a gente faz uma escolha, deve sempre esquecer as outras alternativas. O homem que segue um caminho, e fica pensando no que perdeu ao abandonar os outros, nunca chegará a lugar nenhum”, é a resposta do mestre.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A idade de casar - Martha Medeiros.

O amor pode surgir de repente, em qualquer etapa da vida, é o que todos os livros, filmes, novelas, crônicas e poemas nos fazem crer. É a pura verdade. O amor não marca hora, surge quando menos se espera. No entanto, a sociedade cobra que todos, homens e mulheres, definam seus pares por volta dos 25 e 30 anos. É a chamada idade de casar. Faça uma enquete: a maioria das pessoas casa dentro dessa faixa etária, o que de certo modo é uma vitória, se lembrarmos que antigamente casava-se antes dos 18. Porém, não deixa de ser suspeito que tanta gente tenha encontrado o verdadeiro amor na mesma época. O grande amor pode surgir aos 15 anos. Um sentimento forte, irracional, com chances de durar para sempre. Mas aos 15 ainda estamos estudando. Não somos independentes, não podemos alugar um imóvel, dirigir um carro, viajar sem o consentimento dos pais. Aos 15 somos inexperientes, imaturos, temos muito o que aprender. Resultado: esse grande amor poderá ser vivido com pressa e sem dedicação, e terminar pela urgência de se querer viver os outros amores que o futuro nos reserva. O grande amor pode, por outro lado, surgir só aos 50 anos. Você aguardará por ele? Aos 50 você espera já ter feito todas as escolhas, ter viajado pelo mundo e conhecido toda espécie de gente, ter uma carreira sedimentada e histórias pra contar. Aos 50 você terá mais passado do que futuro, terá mais bagagem de vida do que sonhos de adolescente. Resultado: o grande amor poderá encontrá-lo casado e cheio de filhos, e você, acomodado, terá pouca disposição para assumí-lo e começar tudo de novo. Entre os 25 e 30 anos, o namorado ou namorada que estiver no posto pode virar nosso grande amor por uma questão de conveniência. É a idade em que cansamos de pular de galho em galho e começamos a considerar a hipótese de formar uma família. É quando temos cada vez menos amigos solteiros. É quando começamos a ganhar um salário mais decente e nosso organismo está a ponto de bala para gerar filhos. É quando nossos pais costumam cobrar genros, noras e netos. Uma marcação cerrada que nos torna mais tolerantes com os candidatos à cônjuge e que nos faz usar a razão tanto quanto a emoção. Alguns têm a sorte de encontrar seu grande amor no momento adequado. Outros resistem às pressões sociais e não trocam seu grande amor por outros planos, vivem o que há pra ser vivido, não importa se cedo ou tarde demais. Mas grande parte da população dança conforme a música. Um pequeno amor, surgido entre os 25 e 30 anos, tem tudo para virar um grande amor. Um grande amor, surgido em outras faixas etárias, tem tudo para virar uma fantasia.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Amor Epidérmico - Martha Medeiros

Textos seguidos de uma mesma autora, num mesmo mês. Normal para a identificação imediata com as palavras escritas. E o bom é que sempre dá um gostinho de quero mais ao terminar de lê-las. Textos ótimos (!)
"Seus pais foram jantar fora e deixaram o apartamento só para você, seu namorado e a tevê a cabo. Que inconseqüentes! Em menos de um minuto vocês deixam a televisão falando sozinha e vão ensaiar umas cenas de amor no quartinho dos fundos. De repente, escutam o barulho da fechadura. Seu pai esqueceu o talão de cheques. Passos no corredor. Antes que você localize sua camiseta, sua mãe se materializa na porta. Parece que ela está brincando de estátua, mas não resta dúvida que entrou em estado de choque. Você diz o quê? "Mãe, a carne é fraca." A desculpa é esfarrapada mas é legítima. Nada é mais vulnerável que nosso desejo.
Na luta entre o cérebro e a pele, nunca dá empate. A pele sempre ganha de W.O. Você planeja terminar um relacionamento. Chegou à conclusão que não quer mais ter a seu lado uma pessoa distante, que não leva nada à sério, que vive contando piadinhas preconceituosas e que não parece estar muito apaixonado. Por que levar a história adiante? Melhor terminar tudo hoje mesmo. Marca um encontro. Ele chega no horário, você também. Começam a conversar. Você engata o assunto. Para sua surpresa, ele ficou triste. Não quer se separar de você. E para provar, segura seu rosto com as duas mãos e tasca-lhe um beijo. Danou-se. Onde foram parar as teorias, os diálogos que você planejou, a decisão que parecia irrevogável? Tomaram Doril. Você agora está sob os efeitos do cheiro dele, está rendida ao gosto dele, está ligada a ele pela derme e epiderme. A gravação do seu celular informa: seus neurônios estão fora da área de cobertura ou desligados.
Isso nunca aconteceu com você? Reluto entre dar-lhe os parabéns ou os pêsames. Por um lado, é ótimo ter controle absoluto de todas as suas ações e reações, ter força suficiente para resistir ao próprio desejo. Por outro lado, como é bom dar folga ao nosso raciocínio e deixar-se seduzir, sem ficar calculando perdas e danos, apenas dando-se ao luxo de viver o seu dia de Pigmaleão. A carne é fraca, mas você tem que ser forte, é o que recomendam todos. Tente, ao menos de vez em quando, ser sexualmente vegetariano e não ceder às tentações. Se conseguir, bravo: terá as rédeas de seu destino na mão. Mas se não der certo, console-se. Criaturas que derretem-se, entregam-se, consomem-se e não sabem negar-se costumam trazer um sorriso enigmático nos lábios. Alguma recompensa há de ter."

Despedida - Martha Medeiros

Existem duas dores de amor: A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel. A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel. A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços... A dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também… Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida… Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar. É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’ propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”. Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente… E só então a gente poderá amar, de novo. MARTHA MEDEIROS

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Momentos com Paulo Coelho.

Um professor universitário foi visitar um famoso mestre Zen em Kyoto, em busca de conhecimento. Enquanto o monge servia chá, o professor comentava os exercícios, analisava os textos, interpretava as histórias e as tradições, divagava sobre os antigos processos de meditação. Fez todo o possível para impressionar seu anfitrião, na esperança que ele o aceitasse como discípulo.
Enquanto falava, o monge continuava enchendo seu copo, até que este transbordou, e o chá começou a espalhar-se pela mesa inteira. - “O que o senhor está fazendo? Não vê que o copo já está cheio, e nada mais cabe em seu interior?” - “Sua alma é como este copo”, respondeu o mestre.
Como eu posso ensinar-lhe a verdadeira arte do zen budismo, se ela já está cheia de teorias?
(...)
O que você usa para se defender pode ser passageiro. Mas o verdadeiro guerreiro precisa ser resistente no que acredita. Não se deixa enganar pela sua própria capacidade e evita ser apanhado de surpresa. Ele dá a cada coisa o valor que ela merece ter.
Muitas vezes, diante de assuntos graves, o demônio sopra em seu ouvido: “não se preocupe com isto, porque não é sério”.Outras vezes, diante de coisas banais, o demônio lhe diz: “você precisa dedicar toda a sua energia para resolver esta situação”.
O guerreiro não escuta o que o demônio está dizendo. Ele é quem conduz sua espada!

domingo, 9 de maio de 2010

Querendo formatar.

Querendo novos ares. Novos aromas, cheiros, gostos e lugares! Quero sentir o gostinho da mudança em mim. Quero uma reviravolta empolgante. Uma viagem inesperada, um bom tempo em outro lugar, sentir o gostinho da transformação, literalmente falando. A idéia de uma possível proposta de trabalho distante, confesso, iria me alegrar bastante. Tempo pra me perder e me achar novamente, pra começar com um passo, dois... (Re) descobrir, redefinir, quem sabe até fugir (!) Mente precisando de formatação.

Mother's Day.

Dia das Mães (!) Tenho uma gratidão e amor incomparável pela minha. Ela foi cuidado, atenção, renúncia. Carinho inigualável e amor incondicional. Doação, superação das impossibilidades, deu o melhor de si sempre, quis o melhor de tudo. O abraço certo, o colo sempre presente. Força, base, torcida. É meu tudo, minha diferença e semelhança maior. Não tem comparação, organização de palavras, ou qualquer outra homenagem que exprima todo amor e carinho que sinto, e que guardo comigo. Eu amo, e amo muito! - Obrigada por tudo.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Mudanças de planos

Até um tempo desse, imaginava o "final" tão diferente. O cálculo já havia sido feito. Eu pensava e sentia verdadeiramente que iria ser da forma que planejei. E me dei conta que à medida que os acontecimentos foram dando espaço para as mudanças, demorou pra perceber que tudo não estava mais nos lugares que eu pensei que estariam... A mudança aconteceu e não percebi... (ou não quis perceber). Doeu. A transformação tomou conta, tomou-se um rumo que eu não sabia mais o que esperar daquilo tudo. (...) É interessante como o tempo, os acontecimentos e os planos tomam rumos tão inesperados, inespecíficos. E é melhor ainda quando passa-se o tempo, e os pontos finais vão sendo organizados no contexto. Sim, por que uma história que muda (e demora para se aceitar a mudança), os pontos finais substituem-se por vírgulas, pontos e vírgulas, reticências e principalmente exclamações! Interrogações então (!) - Nossa! As dúvidas são frequentes, os sentimentos andam em montanha russa constante, e a (re) organização de tudo isso demora. Demora tanto que atrapalha. Atrapalha o acolher de outras pessoas que surgem. Atrapalha uma possível história que pode ser construída a partir do "hoje" sem intervenções do passado. É o que sentimos, vemos e deixamos que aconteça! E estabelece-se a confusão. Estabelece-se a necessidade dos pontos finais, da retirada das interrogações, da conclusão perfeita e com o final feliz (para ambos). Por que independente do que aconteça ou possa acontecer, a decisão de encher o peito, tomar fôlego e começar novamente... Só vai ser completo quando as páginas forem viradas, quando toda a pontuação for regularizada nesse passado tão presente, que assombra.
Eu quis, e desfiz. Tive medo, e fui embora. Já não queria sofrer mais. Não quis relembrar as dores que foram tão presentes em outro momento, e deixei que o aprendizado junto ao tempo bom (que passou) fossem mais importantes.
. Já não é nada. Ou quase nada! E ao mesmo tempo é tanta coisa junta (!) Meus pensamentos... Desorganizados, abusados e confusos! Penso, analiso e sinto todas as energias externas influenciarem de alguma forma. Até tento ouvir melhor, mas não tem como. Mais uma tentativa de concentração... E eu fujo.
Aguardo chegar o dia em que agir sem pensar no que a, b, c ou d irão pensar a respeito.

Message for me.

Intuição. Sensibilidade. Generosidade. Você sabe que possui uma força (um Poder Interior Ilimitado) que ignora completamente e que não utiliza. Algumas particularidades da sua personalidade impressionaram-me de maneira muito especial, porque são, devo dizer-lhe, bastante excepcionais: a sinceridade, a ambição, o charme, a sensibilidade, a perseverança, a inteligência, qualidades essas que você deve a um poder magnético inigualável. Você tem uma perfeita consciência do seu valor e precisa incessantemente de ser apreciada, tranquilizada, porque, no seu íntimo, a razão dominará sempre os sentimentos. A sua razão, diria eu, à medida da sua ambição. Ela ajuda-a a dirigir a sua vida na via da lógica, do sentido do dever e do rigor, se necessário. Você tem o gosto do trabalho bem feito. Aprenda a amar, a esperar, a confiar... Reescreva sua história em um novo pedaço de papel sem medo. Não rabisque... Se errar, vire a página novamente. Estarei sempre com você!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Rifa-se um coração (Clarice Lispector)

Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado, coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu... "não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero...".
Um idealista...Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido. Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional que, abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente e, contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas: "O Senhor poder conferir", eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer".
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que, ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e, a ter a petulânciade se aventurar como poeta.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Fita Métrica do Amor - Martha Medeiros

Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade. Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto. Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês. Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo. É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Medo.

Você já sentiu medo? ... Medo de perder alguém?
Medo de acordar e sentir que aquele abraço não dado, a oportunidade não aproveitada...
Passou? E que elas simplesmente não existirão mais?
(...)
Medo de perder, medo que tudo acabe e que não lhe avisem...
Medo que a vida de uma pessoa com valor incalculável passe a não existir...
MEDO (!)
É uma das únicas certezas que temos... É para todos, sem distinção. Mais cedo, mais tarde... Em qualquer época deixa a sensação que nunca cumprimos o que tínhamos de cumprir na passagem que estamos, sempre deixará a sensação que poderíamos ter feito diferente (e melhor) quando a perda é de alguém a quem amamos. O dia de amanhã não nos pertence... Os caminhos e designos de Deus não está nas nossas condições de entendimento, somos humanos! Confesso que as idéias desabam, se confundem, entram em desacordo, preenchem o vazio de forma tão alucinante que um prédio de 60 andares cai, (de repente) no meu cérebro... A tristeza repentina toma conta! Hoje assisti ao filme que conta a história de Chico Xavier, e todas estas sensações se misturaram de uma forma frenética e desrregulada. A perda de uma pessoa querida é sempre muito dolorosa. E nunca estaremos prontos para enfrentá-la. O espiritismo nos dá um conforto de que o encontro posterior se fará em outro momento, acalenta, acalma... Mas anseia!
E neste momento tão meu, tão "medrosa" e tão reflexiva ao mesmo tempo... Li uma crônica escrita por Marta Medeiros que diz foge um pouco da minha idéia principal, mas diz muito, e numa ordem bonita de se ver!
"A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido. Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas. “Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia. Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos."

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Crônica de Amor - Roberto Freire

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? ...
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome. Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC.
Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso.
Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
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domingo, 2 de maio de 2010

Meu.

A saudade apertou (e doeu) hoje. Mais um ponto final dado, mais lembranças para serem lembradas, uma vontade de ligar... incontrolável - que foi controlada. Respeitar o espaço que foi dado (ao outro) é importante, se faz fundamental. Mas... A vontade do colo certo, do abraço gostoso, da conversa jogada fora, da vontade de saber do outro - não passa. Espero que as coisas estejam caminhando para o lugar certo, no momento não sei para onde estou indo... E a sensação de não ter controle da situação é terrível.
(...)