No Brasil, a idéia de comemorar esta data partiu do publicitário Sylvio Bhering e foi festejada pela primeira vez no dia 14 de Agosto de 1953, dia de São Joaquim, patriarca da família.
E por que surgiu essa necessidade de comemoração? Pergunta com algumas hipóteses... Uma seria inveja de reconhecimento das mães, já que tiveram sua data comemorativa criada oficialmente em 1932. Essa “briga” frenética de anos. Outra mais simples seria tornar o comércio mais intenso nesse período: tudo girando em torno do capitalismo. Afinal de contas, atualmente temos dia pra tudo (!) E para vendas.
Ainda, para os mais sentimentais, necessidade de agradecimento, participação entre famílias, reconhecimento e reserva de UM dia do ano para essas homenagens específicas. Parece que tudo é permitido nesses dias: acordar com um eu te amo, cartões sentimentais, presenteios, café na cama, ou seja, um dia para ser feito tudo que não é costumeiro fazer.
Mesmo não tendo uma boa experiência paternal, hoje, em especial aos homenageados, gasto algumas linhas para descrevê-los. Indo contra as afirmações populares e feministas dizendo que “todos os homens são iguais” com algumas características distinguíveis... Nenhum pai é idêntico. Assim como todo ser humano também não é. Cada um com seus defeitos próprios, qualidades, formas de amar, acariciar suas crias, dizer como os ama, enfim, de exercerem os deveres e direitos de serem pais, por que existem incontáveis formas. Dos que estão espalhados por aí...
(...)
Existem aqueles que amam deliberadamente, que esperaram tanto por aquele momento de exercerem sua função que ficam eternamente abestalhados diante sua participação de criação.
Existem os que não amam. Que não fazem a mínima questão de serem apresentados e de trocarem afetos.
Existem pais por acaso, que não querem, mas aprendem a gostar. Têm aqueles que não gostam nunca!
Aqueles que depois de um tempo, não se sentem mais responsáveis e passam a “obrigação” para outrem. E aqueles que fazem de seus filhos eternas crianças.
Existem ainda aqueles outros que não podem ser pais. Não são biológicos, mas têm simplesmente o prazer do cuidado e execução dos direitos por anos (adotam).
Existem aqueles que só dão presentes e a ausência. E, existem os que são sempre presentes e fazem da presença eternos momentos de amor.
Aqueles que abandonam, e não sentem o menor prazer de terem procriado, deixando seus filhos não saberem que têm pai.
Ainda há aqueles que não sabem que são pais.
Têm pais que brigam, que discutem, que dialogam, que não falam. Têm aqueles que só olham. Existem os que seguram, que são amigos, que sabem respeitar. E ainda aqueles que não sabem fazer nada disso, mas estão lá!
Existem pais de todas as formas, de todos os tamanhos, de todos os amores, de todos os enganos.
Existem: muitos (!)... Incontáveis. Os homens podem ser iguais, mas os pais... Os pais: Ah, os pais não!
Se todo homem tivesse consciência do seu material genético deixado, a responsabilidade de cuidar, se ser exemplar e de presenciar, saberiam estar cuidando atenciosamente do precioso grão dado por Deus para criarem suas árvores (e para seu próprio sustento mais tarde).
Aos que cuidam, aos que já foram fazer sua viagem eterna, aos que amam, aos que não são presentes, aos que não fazem por merecer, aos que se esforçam para merecerem... A todos os homens que deixaram suas marcas, segurança, e foram presenteados por Deus com essa graça, meus Parabéns!
Tenham não só um, mas dias de afeições e homenagens simples e eternas. Que o dever de estar presente não só seja em um dia específico, mas que faça parte de uma rotina interminável para com seus filhos.
Que sejam amigos, mesmo sendo diferentes. Que sejam eternos, mesmo quando não se pode estar junto. Que não esqueçam de amar, e do que têm para dar.
Amanda Negreiro
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