Jornal Nacional, Jornal da Band, Jornal disso e daquilo. E cada um deles apontando para jornais internacionais que retratam as mesmas notícias, como se a criatividade jornalística já tivesse sido substituída por um marasmo intelectual fora do comum para qualquer mortal que uma vez na vida tenha sentado num dos bancos escolares. Sinto como se os editores tenham desenvolvido a competência para separar o joio do trigo e publicar o joio. Li isso em algum lugar, e julgo tratar-se de uma verdade.
Desastres naturais e artificiais (!?), catástrofes, miséria, morte em massa, à rodo, aos cântaros, à granel, de todas as formas.
Doenças velhas substituídas por doenças novas: tratamentos, remédios, químicas, vacinas... Hoje assisti ao jornal que dizia que a culpa da obesidade é de uma bactéria. Fora os transtornos metabólicos, sempre acreditei que era culpa da boca, da qualidade de vida, do estresse. Que bom, agora já posso culpar minhas bactérias intestinais pelo efeito sanfona (confortem-se gordinhos e gordinhas, vocês também podem culpar, e se quiserem, até contratar um investigador particular para encontra-las e chacina-las).
Por falar em chacina, todos os dias mortes violentas provocadas por pessoas que se dizem vingadoras de Deus, como se Deus, fosse um mafioso que precisasse contratar capangas para resolver seus problemas. Ele simplesmente ativa um vulcãozinho aqui, um Tisunamezinho ali, talvez um ventinho mais forte em alguma costa, quem sabe até ele não quebra um caninho que tira petróleo do fundo do mar, não seria mais fácil para ele que ter capangas vingadores?
Fora isso, as depressões, as angústias, as tristezas e ansiedades. Os amores não resolvidos ou não correspondidos, as possessões amorosas, o ciúme, a grosseria e falta de tato ou gentileza. Pessoas sendo tratadas como objetos, e objetos sendo tratados como pessoas.
Felizes os animais, que acabaram ganhando o status privilegiado de filhinho da mamãe, filhinho do papai, irmãozinho da família, onde a criança em casa é um animal, e o animal uma criança.
Os profissionais da educação deseducam, os profissionais da saúde promovem doenças, o governo não governa, a segurança é feita por bandido, e a bandidagem pelo pessoal da segurança. Policiais se protegem dentro das delegacias e cubículos bem reforçados, contra bandidos. Os bandidos agem à luz do dia, de cara limpa, assaltando policiais. Ah que saudades do tempo em que a gente não temia a polícia, a respeitava, mesmo em pleno AI5, para os menos reacionários.
A paixão acaba e é substituída pela sensualidade, Deus é um objeto de consumo, um amuleto contra mal olhado. ao qual recorremos para conseguir algumas coisas uteis à nossas vidas. Excesso de religião e falta e de religiosidade. Esquecimento do templo da vida, o corpo e a alma humanas, e a construção de cada vez mais templos de pedra e deuses de ouro.
O amor, ahhhh o amor. O que é isso afinal? Como está fácil complicar a vida, e difícil vive-la de forma simples. Temos o consumo tomando o lugar do insumo, o objeto tomando lugar do sujeito, o amor às coisas e o uso das pessoas.
Por que tudo isso???? Por que uma reflexão tão estranha aos meus moldes de pensar??? Porque me peguei perguntando: se nesse momento eu encontrasse a porta do inferno, será que iria ler nela ENTRADA ou SAÍDA?
Melhor tomar cuidado, pois já dizia Dante: O que tua mente espera logo surgirá à tua visão (e é sempre assim.....).
Roberte Metring
- Graduado em Psicologia pela Universidade Tuiuti do Paraná, e espelizalista em Psicopedagogia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pelo seu comentário. Será sempre bem-vindo (a)!