sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Sexo.


Ter uma boa relação com a pele do outro é fundamental. Sentir o toque, se estimular com ele, se agraciar do cheiro, dar vazão ao desejo, gostar do beijo. Inclusive, esse, o silêncio das bocas, a parte mais íntima de uma relação, a visualização de uma chegada mais próxima à região da outra pessoa, popularmente chamado de “desentupidor de pia”, “selinho”, “salada mista”...
É o primeiro passo de uma avaliação para saber a intensidade do “quero mais” posterior ou do conseguinte “fora” na pior das hipóteses. Esse: se começa devagar ou rápido, se já começa com ou sem timidez, na evolução do seu ritmo, na identificação da freqüência, e com a letra que toca no seu ouvido, diz exatamente a relação com o restante do corpo da outra pessoa.
Quem já viu transa ter graça sem beijo? Sem a química, o desejo, a entrega? É o iniciador.
(Com algumas exceções de mulheres, obviamente, que por opção fazem sexo por fazer e sem sentir prazer, apenas com a preocupação de dar esse prazer ao outro. Ou até mesmo negligenciando-o.) Não há uma fórmula ideal para bons momentos com outra pessoa. Dependem da percepção, sensibilidade, identificação, segurança passada, objetivos claros, abertura de ambos, fetiches, manias, sintonias e desenvolturas de cada um. Todo o contexto é facilitador para aproximar duas pessoas. Expectativa, toque, silenciador de lábios, intensidade, atração e até quem sabe despreocupações. Há quem fique ansioso pela avaliação do outro, pelos pensamentos advindos de atitudes. “Não posso ser assim”, “Não posso agir assim”, “O que a outra pessoa vai pensar de mim?”... Seria mais fácil simplesmente ser o que são. E pronto! Evitar-se-iam as frustrações. Ninguém tem que ser necessariamente o que as outras pessoas querem que ela seja. Há homens que são insaciáveis, já existem outros que são mais tranquilos. Há ainda os preconceituosos, caretas, machistas, e há ainda aqueles que gostem da naturalidade e expressão verdadeira dos sentimentos, aqueles que não julgam a pessoa com que estão, simplesmente deixam elas serem.
E há também diversas formas de mulheres: existem as sensíveis, as mais despreocupadas, as insaciáveis, as tranqüilas, as pornográficas, as selvagens, as doces, as românticas, as quietinhas, e tantas outras... Tantas outras que se encaixam em outros diversos tipos de formas, carências, sentimentos e reações...
Ninguém é igual. E existem várias maneiras de ser diferente, de se fazer o prazer. E se dar também. O que é dito, as expressões realizadas, o que é agradável e as fantasias quistas é de um grau de complexidade enorme. Na cama, os valores se adaptam. Modificam-se temporariamente, encaixando-se a momentos únicos, e entre quatro paredes. [Ou não] Há ainda aqueles que pensam que o comportamento no sexo define sua forma de agir perante outras coisas, outras situações, e ainda os moldam para estereótipos. Há mulheres, por exemplo, que acham que se soltar um pouco mais já pode caracterizá-la como uma profissional. Que se gemer mais alto já é interpretada erroneamente. Ou até que sentir prazer demais no primeiro encontro é demasiadamente promíscuo. É, o ser humano é uma máquina carregadora de experiências. Já nesse nível, foram estabelecidos tabus, medos, preconceitos. Visão errônea de um exercício extremamente saudável para mente e corpo do ser humano.
De suas diferentes formas.
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Amanda Negreiro

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