É incrível como não percebemos coisas tão óbvias e certas, que estão bem na nossa vista! Não temos tempo pra perceber coisas tão fáceis. Por que estou dizendo isso? Sempre que ia para as martirizantes e incansáveis aulas da faculdade... Passava por um homem. Ele, sempre na hora certa, na mesma esquina cruzando o sinal, com enormes tomates vermelhos! Muito bonitos, dava gosto de vê-los todas as vezes logo cedo. Imaginava: tomates como esse não se vê em todas as hortas, ele deve ter uma especial. Ou então, colocar algum adicionante químico. Bem, mas isso não importava. Eu, como sempre, muito apressada, e atrasada!
O homem ficava com os tomates impecáveis na esquina do sinal o dia todo. Mas... E se ele não conseguisse vende-los? Eram caixas e mais caixas... Pensava: vão apodrecer, e ele amanhã vem com tomates estragados pra não perder a colheita! Me enganava! No outro dia, eram ainda mais belos os tomates!
Certo dia, ao voltar pra casa pensando no almoço nunca feito por mim... Imaginei que seria uma ótima comprar alguns daqueles tomates para impressionar amigas que iriam me fazer companhia. Não sabia o preço, mesmo passando todos os dias por uma placa explicativa indicando o peso e a quantia.
Ao me referir para o homem, vendedor de tomates, descobri: eram caquis! Fruta doce e muito vermelha, sem sementes. O melhor, é que, com a ânsia de comer daqueles “tomates”, não vi uma placa enorme que dizia: CAQUIS - R$1,00 – 4 unidades! Essa informação não saia mais da minha cabeça.
Desentendido desfeito, me tornei apreciadora dessa fruta maravilhosa. E... O almoço? Ficou na esperança de tomates tão vermelhos intensos como aqueles que em alguma dia eu via.
Antes, olhasse com mais calma os detalhes do dia-a-dia. Seria e tornaria meus hábitos alimentares mais saudáveis antes que um impulso me obrigasse a perceber coisas tão gritantes aos olhos.
Amanda Negreiro – 18 de abril de 2007.
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