quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Síntese casual.

Sempre achei as quartas-feiras peculiares: dia neutro em que a preguiça da segunda já se dissipou e em que temos a impressão de que a terça-feira foi engolida.
Elas ficam bem no meio dos dias úteis, não são o prefácio do fim de semana como as quintas nem vestem a euforia das sextas, mas são alegres de futebol e gente passional nas ruas.
São elas que geralmente guardam as chegadas das frentes frias ou do estio: pelo clima da quarta, a gente calcula se no sábado estará na praia ...ou verá um filme debaixo do edredom.
Não se chora nas manhãs de quarta, não se abandona ninguém, não se é abandonado.
Elas são feitas de espera e rotina. São dias sem data. São como uma ponte em que se atravessa a semana de um início para o outro...
Texto de Marla de Queiroz.
 
E eu preciso concordar e discordar em alguns pontos, Marla (querida Marla de quem tanto admiro as palavras). Hoje, quarta-feira de cinzas (em quase presságio de dias pela frente de mudanças) não estão em meios à dias úteis e se chora (como se chora).

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