Tenho poucas recordações minhas de quando menina, mas... Uma que pulsa nas minhas características e lembranças é de me submeter à minha constante avaliação de autocrítica e exigência demasiada. Extravasava com lágrimas algo que eu acreditasse não conseguir... Algo que eu considerasse pesado, difícil, excruciante, desafiador. Eu mesma me tornava minha maior questionadora, apontando o dedo para mim mesma (e duvidando da minha própria capacidade). Sabe aquele momento do "caramba-será-que-eu-consigo?"
Lembro que... ao tentar estudar e achar que a matéria toda era demais para aprender... Eu me questionava.
Ao tentar aprender os passos de dança para uma apresentação importante, e não conseguindo... Eu gritava. Ao tentar decorar uma poesia para apresentá-la... E achando que não iria conseguir... Eu duvidada (de mim mesma).
Hoje me peguei chorando e me auto-boicotando novamente. A criança que esperneava e chorava lá atrás voltou e veio ao meu encontro. Chorei por apontar o dedo à mim mesma dizendo que estou abraçando mais do que deveria. Chorei por que quanto mais me comprometo à fazer entregas, mais surgem e o tempo vira meu inimigo em segundos. Chorei... Por achar que não conseguiria. Quis jogar tudo para o alto.
Me encontrei com minha parte questionadora e me inseri muitas dúvidas, e, para minha surpresa, tive um excelente encontro. Ao mesmo tempo que a criança questionadora voltou, voltaram também as lembranças das ações subsequentes ao desespero.
Ao chorar por achar que não conseguia aprender... Ia lá e tirava as melhores notas.
Ao espernear por achar que não iria aprender os passos de dança... Realizava as melhores coreografias.
Ao gritar por achar que não iria decorar a poesia... Tinha meu melhor momento no palco.
Me impulsionava o desafio de conquistar sempre a excelência. Me impulsionava exceder as expectativas. Me impulsionava o desafio travado comigo mesma de sempre realizar o melhor que eu pudesse, independente do cansaço momentâneo ou do momento "quero-largar-tudo".
E foi com os melhores resultados que me encontrei novamente. Com a mensagem de que eu posso tudo que eu quiser e chego onde eu quiser ir. Que não tenho limites. Que o desafio foi dado e merece ser cumprido com o melhor que eu possa exercer. Somos o que queremos ser e temos o espaço que nos esforçamos pra ocupar. E essa certeza ninguém me rouba (nem eu mesma!).
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